
A expectativa de produção de soja, por exemplo, passou de 19,7
milhões de toneladas para 20,4 milhões, um incremento de produtividade
de duas sacas a mais por hectare.
Já a perspectiva de produção do milho cresceu de 3,2 milhões de
toneladas para 3,3 milhões, o que leva a estimativa total da safra de
primavera-verão no Paraná para 24,1 milhões de toneladas numa área de 6
milhões de hectares, produção 22% maior do que o volume colhido no ano
passado.
Na avaliação da safra 18/19, confirmou-se a área de milho safrinha em
6% maior. Entretanto, a perspectiva de produção agora é menor que o ano
passado, por conta do atraso na semeadura. Assim, por enquanto, a
expectativa é de redução na produtividade. “De qualquer forma, elevamos
em mais de 50 mil toneladas do que tínhamos divulgado na estimativa de
janeiro deste ano, de tal forma que a safra de verão-outono também
cresce no Paraná. Assim, contando com a safra de inverno, a expectativa
de safra pode ficar acima de 37 milhões de toneladas”, diz o chefe do
Deral, Salatiel Turra.
Segundo o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, caso
a safra de inverno ultrapasse dois milhões de toneladas, a produção
total de grãos no Paraná neste ano pode atingir 40 milhões de toneladas,
valor próximo ao recorde histórico do Estado. “Constatamos um avanço
importante e melhora das expectativas de produção, o que é bom para os
agricultores. E o câmbio firme favorece o conjunto da economia
paranaense”, disse.
SOJA - O levantamento de fevereiro mostra uma produção bem
encaminhada e bons preços para a soja. Apesar do atraso no início do
plantio, o clima tem colaborado para um melhor desempenho na
produtividade, acima da média estimada.
A expectativa de produção é 20,4 milhões de toneladas, valor que, se
confirmado, representará maior produção da história do Estado. Até
agora, o melhor resultado do Paraná aconteceu na safra 2016/2017, quando
foram colhidas 19,9 milhões de toneladas. A produtividade obtida até
agora é de 3.819 kg/ha.
A soja paranaense tem 22% da área de 5,5 milhões de hectares colhida,
índice um pouco menor do que a média das últimas três safras, que
somavam colheita de 27%. “Isso se explica pelo atraso no plantio e
consequente atraso na colheita. No entanto, o clima tem contribuído para
acelerar esse processo”, diz o economista do Deral, Marcelo Garrido.
Os produtores aproveitam o bom momento das cotações no Paraná, e
cerca de 30% da produção estimada está comercializada, valor também
acima da média das últimas 3 safras, quando o índice foi de 20%. Nas
últimas duas semanas, os preços pagos ao produtor chegaram à média de R$
77,00 pela saca de 60 kg. Em 2019, esse valor era 12% menor, R$ 69,00.
MILHO PRIMEIRA SAFRA – Estão colhidos aproximadamente 79 mil hectares
dos 348 mil plantados no Paraná. Esse volume apresenta produtividade
acima do esperado, atingindo quase 9.900 kg/ha. A produção está estimada
em 3,3 milhões de toneladas, um ganho de 5% com relação à safra 18/19,
apesar da redução 3% na área, que passou de 360,4 mil hectares na safra
18/19 para 348,8 mil hectares nesta safra.
MILHO SEGUNDA SAFRA – O plantio do milho começa a acelerar no Estado
com a colheita da soja, atingindo 32% neste mês, com área prevista de
2,2 milhões de hectares. A Região Oeste do Estado, que estava atrasada
no plantio, deve normalizar o ritmo até o final do mês. Nesse momento, a
produção esperada segue acima de 12 milhões de toneladas. “Mas, para
que esse valor se confirme, ainda há um volume significativo de área a
ser plantada, podendo sofrer impacto de fatores climáticos”, explica o
técnico do Deral, Edmar Gervásio. O volume é 7% menor que o da safra
anterior, por causa da redução de área, compensada pela boa
produtividade. Assim, ainda não há previsão de perdas.
Os preços do milho continuam num patamar elevado, apesar da leve
redução na comparação com o mês de janeiro, ocasionada pela entrada da
primeira safra no mercado. Hoje, os preços giram em torno de R$ 39,00
pela saca de 60kg, enquanto que no mesmo período do ano passado o valor
era de R$ 30,00, um ganho de 30% na comparação com fevereiro de 2019.
A safra brasileira está estimada em aproximadamente 100 milhões de
toneladas, sendo que a região Centro-Oeste colabora com mais da metade
desse valor - 54 milhões. Apesar da quebra de um milhão de toneladas no
Rio Grande do Sul, outro grande produtor do grão, não há impacto nos
preços, porque a produção está semelhante à do ano passado.
A comercialização está em 11%, valor positivo e pouco comum para o
milho, que tradicionalmente tem um índice baixo. Isso sinaliza que o
produtor, assim como no caso da soja, está aproveitando os preços
favoráveis, que estão acima de R$ 30,00 nos contratos futuros.
FEIJÃO PRIMEIRA SAFRA - A colheita da primeira safra de feijão
termina nesta semana. Até o momento, a estimativa da área reduziu 6% em
relação à safra 18/19, mas a produção é 29% superior, com acréscimo de
72 mil toneladas. A produtividade, de 2.096 kg/ha, é a maior dos últimos
13 anos na primeira safra, impulsionada principalmente pelos núcleos
regionais de Curitiba, Pato Branco e Ponta Grossa. “Este também é o
primeiro ano em que não registramos perdas, e a safra está 4% acima do
potencial”, diz o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador.
O índice de comercialização está em 68% e, segundo ele, o volume
restante corresponde ao feijão-preto, que os produtores devem negociar
futuramente, conforme os preços.
FEIJÃO SEGUNDA SAFRA – O feijão da segunda safra tem 72% da área de
223,3 mil hectares plantada. No mesmo período do ano passado, o índice
era de 81%. Essa velocidade reduzida pode ser explicada pelas chuvas e
pelo atraso na colheita da soja. As lavouras estão 99% em boas
condições. Com relação ao mês passado, a área reduziu de 232 mil
hectares para 223,3 mil hectares, provavelmente em função do aumento de
área do milho. Na comparação com a safra 18/19, esse número é 10% menor,
mas a produção deve ser 23% maior, passando de 360,3 mil toneladas para
441,7 mil toneladas.
Com relação aos preços, a saca de 60 kg do feijão-cores foi
comercializada por R$ 169,00 na última semana, queda de 9 % em relação
ao mês de janeiro, quando os produtores receberam R$185,00. Já o valor
do feijão-preto chegou a R$ 127,00 em janeiro e agora está em R$122,00,
uma redução de 13% que, no entanto, está dentro da normalidade para o
período, considerando a redução natural do consumo no verão.
TRIGO – A comercialização da safra 18/19 ficou em 94%, valor um pouco
acima da média, reflexo de que há pouco produto disponível no mercado,
já que o Paraná teve quebra nas três últimas safras.
O relatório sinaliza uma área de um milhão de hectares e produção de
2,1 milhões de toneladas, queda de 24% com relação à safra 17/18. “Mesmo
com os bons preços, a tendência é que o Paraná plante um valor
semelhante ao da safra anterior”, diz o engenheiro agrônomo do Deral,
Carlos Hugo Godinho. A primeira estimativa de área para esta safra será
divulgada em março.
A portaria nº 372/19, publicada no final do ano passado pela
Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, redefiniu o
limite para início do plantio de trigo. Alguns municípios do Norte,
Noroeste e Sudoeste, por exemplo, podiam começar a plantar em 21 de
março. Agora, o plantio está permitido a partir de 1º de abril. A
mudança considera condições de clima e balanço hídrico nos municípios
produtores.
MANDIOCA – A safra 18/19 somou 136,4 mil hectares e uma produção de
3,1 milhões de toneladas. Já a nova safra tem 10% da área de 140 mil
hectares colhida, e a produção pode ter um aumento de 7% com relação à
safra passada, somando 3,3 milhões de toneladas.
O clima está favorável para a colheita, sem muitas chuvas, mas os
preços tiveram queda de 2% na comparação com o ano passado, quando,
nessa mesma época, a tonelada foi comercializada por R$ 373,00. Agora, o
valor recebido pelo produtor é de R$ 368,00. “Este ainda é um período
de pouca comercialização, pois as indústrias estão demandando pouca
fécula”, explica o economista do Deral, Methodio Groxko.
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